Polícia Federal aponta ‘falhas evidentes’ na segurança do Distrito Federal no 8 de janeiro
Postado 31/10/2024 07H16
Por Tayná Pertele
A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a atuação das forças de segurança do Distrito Federal durante os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 identificou “falhas evidentes” por parte dos responsáveis durante a tentativa de golpe.
O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, enviou o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda-feira (28), para que se pronuncie sobre o conteúdo.
O relatório ressalta a ausência de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública, no dia dos acontecimentos. Após deixar o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), Torres foi nomeado para liderar a secretaria, mas viajou de férias para Orlando, nos Estados Unidos, na véspera dos ataques.
Acusado de omissão, Anderson Torres foi preso ao retornar ao Brasil, uma semana após os acontecimentos. Em maio de 2023, o Supremo concedeu liberdade provisória a Torres, que permanece sendo investigado por seu possível envolvimento na tentativa de “golpe”.
Além do ex-secretário, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também está entre os investigados. Ambos foram interrogados pela PF e negam as falhas apontadas.
O relatório da PF enfatiza a “falta de ações coordenadas” e a “restrição na difusão de informações cruciais” como fatores determinantes para a “ineficiência das forças de segurança”.
“Conclui-se que as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) no enfrentamento das manifestações de 08/01/2023 são evidentes, especialmente pela ausência inesperada de seu principal líder, Anderson Gustavo Torres, em um momento de extrema relevância aliado a falta de ações coordenadas e a difusão restrita de informações cruciais contidas no Relatório de Inteligência no 06/2023 foram fatores decisivos que contribuíram diretamente para a ineficiência da resposta das forças de segurança”, diz o documento.
Para a corporação, além da ausência de Torres, a falta de ações coordenadas e a limitada disseminação de informações que poderiam prever e impedir os ataques golpistas são fatores que evidenciam as falhas das forças de segurança do DF.
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